Procuro inspiração nas palavras de sábios, em poesias, livros reconhecidos, na letra de uma música.
Queria escrever, escrever e viver de escrever. Mas somente as palavras não nos sustentam, e nas entrelinhas, os significados se perdem. Na infância, a vontade era de ficar no meu mundo, na minha pequena biblioteca dos contos de fadas.
Com um tempo, fui descobrindo meus gostos, fui descobrindo o mundo, querendo fazer tudo ao mesmo tempo, engolir o conhecimento, as palavras.
Há um turbilhão de ideias, de projetos. As horas vão passando e nada, todos os projetos incompletos, deixados de lado. E com a preguiça perde-se tudo.
Olho a minha volta e tantas pessoas estão à minha frente, o desânimo toma conta, e reviro a possibilidade de que não estou no lugar certo. A ideia tola de querer ser diferente do que sou, ou de que não sou como queria ser. E de que faço tudo ao contrário. Confusão. Medo. E se tudo der errado?
Encaro a realidade, tarde demais.
Fecho os olhos, vejo minhas opções.
Dou-me mais uma chance, para não desistir e viver.
Ser quem quero ser, sem ter que escolher a segunda opção por pensar que a primeira não vai dar certo.
Quero ser a inspiração, quero ser inspirada. Quero ser as palavras, a melodia, a rima, quero ser o momento. Quero acreditar que posso, no meio de bilhões de possibilidades.
Talvez seja impossível, mas o impossível é só questão de opinião. Talvez seja tarde, mas antes tarde do que nunca.
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Inspirações do texto: trecho do livro "O Diário de Anne Frank" em itálico. "O impossível é só questão de opinião" - Só os loucos sabem, Charlie Brown Jr. "Antes tarde do que nunca" - ditado popular.