sábado, 10 de agosto de 2013

Nas entrelinhas

   Procuro inspiração nas palavras de sábios, em poesias, livros reconhecidos, na letra de uma música. 
   Queria escrever, escrever e viver de escrever. Mas somente as palavras não nos sustentam, e nas entrelinhas, os significados se perdem. Na infância, a vontade era de ficar no meu mundo, na minha pequena biblioteca dos contos de fadas.
   Com um tempo, fui descobrindo meus gostos, fui descobrindo o mundo, querendo fazer tudo ao mesmo tempo, engolir o conhecimento, as palavras. 
   Há um turbilhão de ideias, de projetos. As horas vão passando e nada, todos os projetos incompletos, deixados de lado. E com a preguiça perde-se tudo.
   Olho a minha volta e tantas pessoas estão à minha frente, o desânimo toma conta, e reviro a possibilidade de que não estou no lugar certo. A ideia tola de querer ser diferente do que sou, ou de que não sou como queria ser. E de que faço tudo ao contrário. Confusão. Medo. E se tudo der errado? 
   Encaro a realidade, tarde demais.
   Fecho os olhos, vejo minhas opções.
   Dou-me mais uma chance, para não desistir e viver.
   Ser quem quero ser, sem ter que escolher a segunda opção por pensar que a primeira não vai dar certo. 
   Quero ser a inspiração, quero ser inspirada. Quero ser as palavras, a melodia, a rima, quero ser o momento. Quero acreditar que posso, no meio de bilhões de possibilidades.

   Talvez seja impossível, mas o impossível é só questão de opinião. Talvez seja tarde, mas antes tarde do que nunca. 

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Inspirações do texto: trecho do livro "O Diário de Anne Frank" em itálico. "O impossível é só questão de opinião" - Só os loucos sabem, Charlie Brown Jr. "Antes tarde do que nunca" - ditado popular.  

terça-feira, 2 de abril de 2013

Restos de Amor

Hoje estou inspirada para escrever poemas, esse é um pequeno e simples poema... 

O sol, 
O vento,
o lençol
voando lento.

A chuva,
no verão,
como uva
e pão.

Na liberdade
de uma pomba,
asas sem vaidade
sobre uma bomba

Quando acaba o amor,   
tudo que resta                
é dor
numa imensa solidão.

Lu x





Silêncio

Na noite fria de um inverno,
ela dorme num sonho profundo, 
sonha com um homem e um terno,
sobre a melodia do silêncio.

Perdida no espaço de sua mente,
no frio do inverno,
dorme profundamente,
sobre a melodia do silêncio.

Sente o frio do inverno,
na pele fria,
ao som o silêncio,
dorme profundamente.

Profundamente ela dorme,
não há mais terno, nem sonho.
Eternamente ouve,
a melodia do silêncio.

Maria Luiza